terça-feira, 19 de julho de 2011

Eu Gentil

Acorda com a melodia que queima.
Queima fundo, no poço de tua mente arredia.
Perdida, estupidamente comprometida.
Com sonhos sujos e sensações vazias.

Veja o sol que sobre o mundo arde.
Como quem, contra a perda de um amor, também arde.
Veja a luz que além do que ilumina também cega.
Como o brilho, belo e branco que vai à noite e a extermina.

Esconda-se na vulgaridade transtornante de um breu sem medida.
Rasgando tuas próprias roupas em poder da luxúria que tanto cultivas.
Sejas tu, mesmo que não sejas belo.
Uma vez que seja certo, que o tempo que te entrego, hoje eu querAo.

E por fim, recolha-se à ordália de teu pranto.
Eis que de tudo que eu quero, já não te quero tanto.
E recoste-se aí! Sobre as arestas de teus desejos.
Pois de tudo que eu fora... Jamais fora tão pouco!

L. Gentil

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